sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Leituras...

 


A vida e a sua vivência não é muitas vezes uma linha contínua feita de momentos apenas felizes. A incerteza e a mudança tornaram-se frequentes nestes tempos.

Irmão Lobo é sobre isso, é sobre a fragilidade de algo que foi desconstruído numa família.
O livro fala a dois tempos, ora contada por Bolota, na verdade Princesa Bolota das Florestas do Norte, herdeira do Clã do Pássaro Trovão, onde a memória está um pouco esbatida, ou por uma adolescente que guarda uma imagem mais viva dela. As cores dâo-nos essa identificação, essa linha entre passado e presente. Imaginação e depuração das escolhas faz essa viagem.
"Da nossa casa perdida guardávamos memórias, objetos e fotografias. E uma lata de bolachas com folhas e sementes, onde íamos buscar o cheiro das árvores e da terra molhada, quando as saudades nos sufocavam.
- As melhores coisas da vida são de graça - dizia ele.
- Por exemplo? perguntávamos, eu e os meus irmãos.
- Por exemplo, aprender o nome das árvores. E das nuvens. E das constelações.
- E que mais?
• andar descalço em casa;
• enterrar os pés na areia;
• ouvir a chuva a cair;
• acariciar o musgo com o orvalho;
• olhar para a Lua;
• procurar a concha perfeita;
• rolar um seixo na palma da mão;"
Almeida, Carla Maia. (2013). Irmão Lobo. Carcavelos: Planeta Tangerina.


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