terça-feira, 21 de novembro de 2023

Leituras...


"Nenhum homem de nenhuma geração viu, nem explorou tantas maravilhosas coisas do mundo, como o fez o senhor Marco Polo..."


O mundo tornou-se pequeno. A viagem é uma fonte de aprendizagem e no desejo de tudo cartografar e de pouco conhecer o mundo perdeu muito mistério, pois a surpresa nos instantes é hoje esquecida.
Viagens de Marco Polo, chamado Livro das Maravilhas conta-nos uma viagem ao interior da Ásia mais remota. Conduzidos pela ideia da descoberta e de encontrar formas de apoiar o comércio de Veneza no Mediterrâneo oriental chegaram a locais tão distantes como o Mar Negro, a Mongólia ou a China. Contactaram a Pérsia e a Arménia chegando à presença do Grande Khan, imperador chinês. Este confiando em Marco Polo confiou-lhe missões diplomáticas em terras distantes. Marco Polo foi o primeiro ocidental a chegar tão longe e a ter uma proximidade tão íntima com extensas áreas do Oriente.
Calvino criou um livro maravilhoso já aqui referido, onde colocou Marco Polo e Hublai Khan a falar sobre as cidades invisíveis de famosos reinos. Livro das Maravilhas de Marco Polo faz-nos lembrar uma outra viagem, a de Fernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação. É desconcertante a diferença, pela partida com diferentes motivações e de resultados tb diversos.
Livro das Maravilhas é ainda um grande livro pela lição civilizacional que nos oferece para os tempos de hoje. A sua mensagem de tolerância e curiosidade pelo mundo é ainda algo que devemos valorizar. Maravilhas do Mundo é ainda e talvez isso seja o mais importante, uma clara confiança no homem como construtor de cidades, de civilizações de trocas, de memórias, de sinais, de nomes, onde se reconhecem formas multiculculturais do viver humano.

Os livros e as memórias têm consigo grandes sinais de futuro.
Viagens / Marco Polo. Lx: Assírio e Alvim, 2012.

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